Na UPP do pós, do professor Ricardo Ceccim, aasssistimos e discutimos a documentario "Estamira" após fiz um texto refletindo sobre a situação dessa pessoa cm tantas particularidaes que um filme é póuco....
Assistir ao documentário sem dúvida põe
qualquer espectador a refletir sobre as mais diversas propostas ou situações
expostas no cotidiano da Estamira. Durante todo o tempo o que mais aparece, em
minhas observações, é a falta de escuta. Estamira passou grande parte da vida
sem ser ouvida, sem ser reconhecida como uma pessoa com diversas
características próprias, o que o diretor Marcos Prado conseguiu captar e
revelar aos espectadores de maneira muito bonita.
A
sofrida cronologia dos fatos vividos por esta mulher sem dúvida a empurra para
o isolamento (e para a loucura) que ela buscou e me parece que os serviços, em
especial os de saúde, não perceberam (ou não quiseram reconhecer) tais
demandas. É enorme o número de abusos ocorridos ao longo de sua vida, indo da
violência vivida em casa com o desrespeito do marido a um estupro em sua rua...
me pergunto ao ver tal situação, onde eu estaria com tantos sofrimentos?
Pensar
em singularização nessa situação é complexo visto à dificuldade de compreender
toda a historia vivida pela Estamira. Acredito que na fotografia que o vídeo
fica nítido negligências ao longo de anos o que agrava a situação dela. Penso
que seria fundamental, para o atendimento da Estamira, um plano muito aberto respeitando
sua identidade e tentando aos poucos atender às demandas que surgirem.
Medicá-la meramente pelo ato de dar remédios não é suficiente, ele pulsa por
mais, ela precisa de escuta, acolhimento, reconhecimento; um tratamento, no
mínimo, mais um ano aproximando ela dos serviços.
Penso
que a rede de saúde precisa de apoio, neste caso, fazendo, por exemplo,
parceria com a assistência social, pois no vídeo surgem pontos onde seriam necessárias
abordagens amplas das necessidades daquela pessoa, que não se estancam apenas
em problemas de saúde. Aquele corpo sofrido por desafetos, desatenções e
negligencias necessita voltar a “vibrar”, vejo um retrato de descrença nos que
a rodeiam o que a torna uma pessoa voltada para si, com seus delírios de
grandeza...
Colocar-me
como o profissional a trabalhar com a Estamira provoca uma profunda reflexão
sobre minha prática, sem dúvida ela precisa de algum profissional de saúde
capaz de ouvi-la independente da área, mas me pergunto: Que plano terapêutico
traçar? A resposta talvez fluísse mais se estivesse trabalhando a tempos nos
serviços de saúde, ou talvez já estivesse “endurecido” e seria capaz de já não
ouvir tal necessidade
Filme: (vale muuuito assistir, é sensivel, profundo e lindo...)
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