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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Eu nos atos, os atos em mim..



SOBRE O ATO DE 5ª:
                Contar sobre a quinta-feira merece algumas explicações sobre a o ato da segunda-feira. Na 2ª sai da frente da prefeitura juntamente com um grande “povo” da educação física, após isso me uni ao povo da enfermagem e saúde coletiva. Ao virar a esquina da João pessoa com Ipiranga vi o anúncio da crônica que todos conhecem. Violência desmedida da polícia vi minha companheira em pânico e desesperadamente tentei ligar para minha Irma, incomunicável, pois estava um pouco mais a frente (entre gazes e bombas de efeito moral). Com medo, entramos na lima e Silva e com os corpos cansados e espíritos abalados marchamos ate a perimetral onde conseguimos nos reunir (Irma, Namorada e Eu) e decidimos comer algo, pois estávamos exaustos... Escolhemos o perimetral Lanches onde justamente a cavalaria e o choque decidiram jogar gás e enfrentar violentamente os poucos manifestantes que ainda estavam por ali. Fomos hostilizados das mais diversas formas pelos policias do choque...

Prato que comíamos? Polenta com queijo, seguida por pimenta (ofertada pela policia) e vinagre (ofertada pelos freqüentadores da lancheria que como baratas tontas corriam sem ter pra onde ir).
Esse sucinto relato serve para ilustrar a violência que presenciamos e sentimos durante a segunda-feira.
Ainda antes da 5ª:
                -Terça era meu aniversario, estava dolorido e transtornado... passei um péssimo dia...
                -Retomei a bibliografia do Ghandi que tanto admiro... realmente uma revolução pacifica deveria ser muito mais valorizada...

Sobre a 5ª:
Agora sim tudo claro contarei sobre esse dia:
Sai de casa com medo juntamente com os amigos do prédio e minha Irma, ao chegar La uni o grupo da saúde coletiva e marchamos. Sempre com medo. Olhava para os lados e ficava tentando identificar Neonazistas, P2, Ladrões e todos os que carregam muito violência consigo. Sempre com medo. Marchávamos e ao lado do hospital santa casa já ouvíamos bombas e barulhos de confrontos, como gado caminhamos no brete para o abate. Sempre com medo. Na mesma esquina onde 3 dias atrás vimos o enfrentamento a mesma cena se repetia, diferentemente do outro dia sofremos muito com o ataque, bombas de efeito moral e de gás caíram ao meu lado e vi meus amigos correndo desesperadamente. Acessei minha Raiva, corri contra o choque Chutei uma lata de gás para dentro do Dilúvio, foi chutar outra e escorreguei ao lado... tomei gás por todos os lados, passei mal, vomitei levantei com lagrimas de Raiva, Medo, Ira, Tristeza...
Voltei. Sempre com Medo. Encontrei os vizinhos e minha Irma que decidiram ir para a prefeitura. Não chegamos La, pois ao fim da escadaria da Borges víamos o BOE chegando de todos os lados, cercando as pessoas e o massacre se anunciou... Sempre com medo, voltamos para casa, mais 5 quilômetros a pé se esgueirando pelos cantos...

Casa... silencio...segurança?

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